
© José Caldeira (foto de ensaio)
Sinopse
Bantu designa uma família de línguas faladas na África subsariana. Em Moçambique, ouvem-se várias línguas bantu; a predominante é a ma-cua. Mas Bantu designa mais do que uma ocorrência linguística. Pode ser também: uma linguagem própria que sobreviveu às línguas europeias entretanto impostas; um mecanismo identitário; um sistema corporal “falado” por africanos; um signo que permaneceu vedado ao colonizador; uma forma de comunicação com códigos culturais, históricos, religiosos e políticos próprios; uma materialização efémera do mais longo encontro. Bantu, o título, acolhe tudo o que queremos ou imaginamos que Bantu, o espetáculo, seja.
Da língua que falamos vê-se o mundo: talvez fosse mais ou menos esta a ideia de Pessoa quando escreveu a célebre e mal compreendida frase sobre a língua portuguesa. Em Bantu, Victor Hugo Pontes vai percorrer o caminho que conduz ao encontro com uma língua que provavelmente estará até despida de palavras. Sabemos que quando se fala com o corpo se usa uma linguagem universal e que é esta a linguagem da dança.
Acontece que das diferentes geografias que ocupamos – num país ou num palco – temos diferentes perspetivas do mesmo mundo, e assim nunca poderemos falar a mesma língua, nem ver as mesmas coisas, nem chegar aos mesmos lugares. Bantu é um caminho por traçar, e o percurso será feito entre dois continentes, entre dois países com afinidades complexas e memórias profundas um do outro.
O ponto de encontro será uma surpresa.
Falar é ao mesmo tempo empregar uma certa sintaxe, possuir a morfologia desta ou daquela língua, mas é sobretudo assumir uma cultura, suportar o peso de uma civilização.
—Frantz Fanon, Pele Negra, Máscaras Brancas
Informação adicional
Preço
5€
Pack Dança 10€
(inlcui CNB + Bantu + A hora em que não sabiamos nada uns dos outros)
COMPRAR PACK
Ficha Artística
Direcção artística | Victor Hugo Pontes
Cenografia | F. Ribeiro
Música | Throes + The Shine
Direcção técnica e desenho de luz | Wilma Moutinho
Desenho e operação de som | João Monteiro
Figurinos | Cristina Cunha e Victor Hugo Pontes
Interpretação | Dinis Abudo Quilavei, Dinis Duarte, João Costa*, José Jalane, Maria Emília Ferreira, Marta Cardoso, Osvaldo Passirivo
* bailarino gentilmente cedido pela CNB
Estagiário | Francisco Freire
Assistente de direcção | Cátia Esteves
Consultoria artística | Madalena Alfaia
Direcção de produção | Joana Ventura
Produção executiva | Mariana Lourenço
Assistente de produção | Inês Guedes Pereira
Promotores | OPART | Estúdios Victor Córdon e Camões – Centro Cultural Português em Maputo
Parceiro institucional dos EVC | Camões I.P.
Produção | Nome Próprio
Co-produção | A Oficina / CCVF, Camões – Centro Cultural Português em Maputo, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, Opart | Estúdios Victor Córdon, Teatro José Lúcio da Silva, Teatro Nacional
São João
Apoio à residência | A Oficina, Largo Residência, CRL - Central Eléctrica, Estúdios Victor Córdon, Teatro Municipal do Porto
Um programa dos Estúdios Victor Córdon e Camões – Centro Cultural Português em Maputo
A Nome Próprio é uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto e tem o apoio da República Portuguesa - Cultura / Direcção-Geral das Artes.